Ao menos 40 mortos em bombardeios de Israel na Síria
Pelo menos 40 pessoas morreram em bombardeios conduzidos nesta quarta-feira (13) pela aviação israelense contra depósitos de armas e posições militares no leste da Síria, nos ataques mais mortíferos desde 2018.
A aviação israelense realizou pelo menos 18 incursões contra alvos em torno da cidade de Deir Ezzor e nos desertos de Bukamal e Mayadin, de acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).
Esses ataques mataram pelo menos nove soldados do Exército sírio e 31 combatentes estrangeiros ligados a milícias pró-iranianas, segundo o novo balanço fornecido à AFP pelo diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman, que não soube especificar a nacionalidade das vítimas.
Os paramilitares pertencem ao movimento libanês Hezbollah e às Brigadas Fatimid, que têm combatentes afegãos pró-iranianos, operando na região, segundo o OSDH.
Já na terça-feira, aviões não identificados realizaram vários bombardeios na região de Bukamal, matando 12 combatentes de milícias pró-Irã, de acordo com a ONG.
Segundo Rami Abdul Rahman, esses são os “ataques israelenses mais mortíferos desde junho de 2018”, quando bombardeios nesta mesma região mataram pelo menos 55 combatentes pró-governo, entre iraquianos e sírios.
Em novembro, ataques semelhantes no leste da Síria mataram pelo menos 19 entre as milícias pró-Irã, de acordo com a ONG.
Por sua vez, a agência oficial síria SANA informou de bombardeios israelenses noturnos no leste do paós, sem oferecer mais detalhes.
“Às 1h10 da madrugada, o inimigo israelense realizou uma agressão aérea contra a cidade de Deir Ezzor e a região de Abu Kamal”, informou o veículo, citando uma fonte militar.
Esta é a segunda rodada de bombardeios de Israel em menos de uma semana na Síria.
A última foi no dia 7 de janeiro e visou posições no sul do país e ao sul de Damasco, a capital, onde três combatentes pró-iranianos foram mortos.
Em 2020, Israel bombardeou 50 alvos na Síria, de acordo com um relatório anual divulgado no final de dezembro pelos militares israelenses.
Desde o início da guerra na Síria em 2011, Israel realizou centenas de bombardeios contra tropas do governo, forças aliadas iranianas e militantes do Hezbollah.
Esses ataques representam uma “política clara” para Israel, declarou o primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu, em novembro.
O Estado hebraico está preocupado com a presença de forças iranianas perto de suas fronteiras, já que a República Islâmica é um de seus maiores inimigos.
A guerra na Síria já causou mais de 380 mil mortos e forçou milhões de pessoas a abandonar seus lares.
Fonte: AFP