Música, Paixão e Poesia: Caetano Veloso
O maravilhoso artista Caetano Veloso, conhecido internacionalmente por seu talento inquestionável, é o protagonista do novo episódio da série “Música, Paixão e Poesia”, que a Latino News dá continuidade nesta terça- feira (8/9), trazendo uma pitada de cultura para os seus leitores.
Caetano Emanuel Viana Teles Veloso, nasceu em Santo Amaro, na Bahia, no dia 7 de agosto de 1942, e é um músico, produtor, arranjador e escritor brasileiro dos mais renomados. Com uma carreira que ultrapassa cinco décadas, Caetano construiu uma obra musical marcada pela releitura e renovação, considerada amplamente como possuidora de grande valor intelectual e poético.
Embora desde cedo tivesse aprendido a tocar violão em Salvador, escrito entre os anos de 1960 e 1962 críticas de cinema para o Diário de Notícias e conhecido o trabalho dos cantores de rádio e dos músicos da Bossa Nova (notavelmente João Gilberto, seu “mestre supremo” e com quem dividiria o palco anos mais tarde), Caetano iniciou seu trabalho profissional apenas em 1965, com o compacto “Cavaleiro/Samba em Paz”, enquanto acompanhava sua irmã mais nova, Maria Betânia, por suas apresentações nacionais do espetáculo Opinião no Rio de Janeiro.
Nessa década, conheceu Gilberto Gil, Gal Costa e Tom Ze, participando dos festivais de música popular da Rede Record e compondo trilhas de filmes. Em 1961, saiu seu primeiro LP, “Domingo”, com Gal Costa, e no ano seguinte liderou o movimento chamado Tropicalismo, que renovou o cenário musical brasileiro e os modos de se apresentar e criar música no Brasil, através do disco “Tropicalia ou Panis et Circencis”, ao lado de vários músicos.
Em 1968, fase de endurecimento do regime militar no Brasil, o artista compôs o hino “É Proibido Proibir” que foi desclassificado amplamente e vaiado durante a apresentação no III Festival Internacional da Canção. Em 1969, foi preso pelo regime militar e partiu para o exílio político em Londres, onde lançou “Caetano Veloso” em 1971, disco com temática melancólica e com canções compostas em inglês endereçadas aos que ficaram no Brasil.
O álbum “Transa”, em 1972 , representou seu retorno ao país e seu experimento com compassos de reggae. Em 1976, uniu-se a Gal Costa, Gilberto Gil e Maria Betânia para formar os “Doces Bárbaros”, e saiu em turnê, também lançando um trabalho ao vivo.
Na década de 1980, mais sóbrio, apadrinhou e se inspirou nos grupos de rock nacionais, aventurou- se na produção dos discos “Outras Palavras”, “Cores”, “Nomes”, “Uns” e “Velo”, todos se autoria, e, em 1986, participou de um programa de televisão, com Chico Buarque. Na década de 1990, escreveu o livro “Verdade Tropical” em 1997 e o disco “Livro” no ano seguinte.
Ganhou o Prêmio Grammy em 2000, na categoria Word Music. Com o disco “A Foreign Sound”, cantou clássicos norte- americanos, em 2004. Dois anos mais tarde, lançou o álbum “Cê”, fruto de sua experimentação com o rock e o underground. Unindo gêneros do samba, “Zii e Zie”, de 2009, manteve a parceria com a Banda Cê, que encerrou-se no disco “Abraçaço”, de 2012.
Caetano Veloso é considerado um dos artistas brasileiros mais influentes desde a década de 1960, tendo já sido chamado de “aedo pós-moderno”. Em 2004, foi considerado um dos mais respeitados e produtivos músicos latino- americanos do mundo, tendo mais de cinquenta discos lançados e com canções em trilhas sonoras de filmes como “Fale com ela”, de Pedro Almodovar, e “Frida”, de Julie Taymor. Ao longo de sua carreira , também se converteu numa das personalidades mais polêmicas no Brasil.
É uma das figuras mais importantes da música popular brasileira e considerado internacionalmente como um dos melhores compositores do século XX, sendo comparado a nomes como Bob Dylan, Bob Marley, John Lennon e Paul Mccartney. Caetano já foi eleito, também, o maior cantor brasileiro de todos os tempos.
No vídeo abaixo, confira uma das performances das mais emblemáticas de Caetano Veloso, interpretando a canção “O Leãozinho”.
Por: Carla Hollanda.