Congresso dos EUA ratifica vitória de Biden
Joe Biden será oficialmente o 46º presidente da história dos Estados Unidos. Em uma votação que começou ontem e precisou ser interrompida em meio às cenas de guerra que tomaram conta de Washington D.C, o Congresso americano ratificou Biden na manhã desta quinta-feira, 6, dando fim a uma novela de meses desde a eleição presidencial em 3 de novembro.
Após manifestantes apoiadores do presidente Donald Trump invadirem o Capitólio, onde a votação acontecia na noite de ontem, os congressistas precisaram paralisar a sessão, que só voltou horas depois e avançou madrugada adentro.
Com a ratificação, Biden, aos 78 anos, toma posse no próximo dia 20 de janeiro. Kamala Harris, 56 anos, será a vice-presidente, a primeira mulher e a primeira representante de minorias a ocupar o cargo.
Por volta das 5h50 (horário de Brasília) e ainda madrugada nos EUA, o vice-presidente americano, Mike Pence, leu ao Congresso o resultado da eleição presidencial, agora confirmado. Foram 306 votos para Joe Biden no colégio eleitoral, contra 232 de Donald Trump — o mesmo resultado que Trump teve ao vencer em 2016.
Na votação absoluta — que não leva à vitória nos EUA –, Biden também venceu, com quase 81,3 milhões de votos dos eleitores americanos, contra 74,2 milhões de Trump, que buscava a reeleição.
Durante a madrugada desta quinta-feira, parte dos congressistas republicanos na Câmara chegou a questionar o resultado da eleição na Pensilvânia, onde Biden venceu e o estado que concretizou a vitória nacional na eleição de novembro.
Até às 5h20, segundo a agência Bloomberg, a maioria dos republicanos na Casa votaria para questionar a Pensilvânia; no entanto, como a Câmara é democrata, a maioria dos votos seguiu sendo a favor da confirmação do resultado e da vitória de Biden.
O questionamento de parte dos republicanos mesmo após a invasão de apoiadores de Trump gerou críticas da imprensa americana.
O Senado, mesmo de maioria republicana, rejeitou o questionamento à Pensilvânia e também confirmou por maioria a vitória de Biden. Havia alguma expectativa de que a vitória em alguns estados pudesse ser amplamente questionada no Senado, mas houve pouca resistência da maior parte dos congressistas após a destruição no Capitólio.
O presidente americano Donald Trump não reconhece a derrota nesse e em outros estados e, ontem, teve a conta no Twitter bloqueada por 12 horas pela plataforma até que apagasse tuítes sobre o protesto. A invasão no Capitólio fez congressistas terem de se trancar em seus gabinetes, gerou cenas de violência e deixou ao menos quatro vítimas até a manhã desta quinta-feira.
O protesto de apoiadores de Trump ontem aconteceu justamente para questionar a ratificação de Biden pelo Congresso.
Mesmo o senador Ted Cruz, que foi uma das vozes que mais defendeu os questionamentos sobre o resultado da eleição, disse nesta manhã: “Agora, o Congresso precisa cumprir nossa responsabilidade constitucional de completar o processo de certificação do Colégio Eleitoral. Nós devemos — e estou confiante que iremos, ter uma transição pacífica e ordenada do poder, de acordo com a Constituição”.
Fonte: Exame